Swap cambial: o que é e qual suas características
- 2 de abril de 2024
- Postado por: Willian Capriata
- Categoria: Economia
A crescente demanda por proteção cambial levou o BC a oferecer o chamado swap cambial como forma de evitar a aceleração da desvalorização cambial.
O swap é um contrato de balcão entre duas empresas de trocar fluxos de caixa no futuro. O contrato define as datas quando os fluxos de caixa devem ser pagos e o modo como serão calculados. Em geral, o cálculo dos fluxos de caixa envolve o valor futuro de uma taxa de juros, taxa de câmbio ou outra variável de mercado.
No caso do swap cambial reverso, o investidor paga, numa data futura, uma taxa de juros (CDI) e recebe em troca a variação do câmbio, no caso de uma desvalorização do real. Caso haja valorização, o Banco Central pagará o CDI e a apreciação da taxa de câmbio. O objetivo da autoridade monetária é conter a desvalorização do dólar. Equivale à compra futura de dólar.
Essas operações de swaps cambiais reversos são puramente financeiras, não envolvendo troca efetiva de moeda. Todavia, ocorrendo variação cambial negativa, isso resultará em ônus para o BC e ganho adicional aos bancos. A queda do preço da moeda americana nessas circunstâncias agrega uma segunda fonte de renda, a mais expressiva, para os bancos na operação.
Já o swap cambial tradicional o BC oferece o pagamento da oscilação do dólar, além de um prêmio. O investidor se compromete a devolver a diferença da taxa de juros no período. O objetivo do BC é conter a valorização do dólar. Como o investidor não precisa sair correndo para comprar dólar à vista, a demanda diminui,
Balanço de pagamentos e a balança comercial
As contas externas medem todos os valores de todas as transações financeiras e comerciais entre residentes e não residentes em um determinado período.
O balanço de pagamentos (BP) reflete o resultado entre remessas e entradas. Como o BP é um fluxo variável, se ele for positivo, haverá um aumento nas reservas internacionais e vice-versa. O valor das transações geralmente é medido em dólares norte-americanos.
O balanço de pagamentos é composto pelas seguintes contas:
- Transações correntes (TC);
- Conta capital e conta financeira (CA);
- Erros e omissões (EO)
Como o objetivo é manter o balanço de pagamentos em equilíbrio, o déficit em transações correntes, por exemplo, é compensado por um superávit na conta de capital e financeiro.
Pode ser um sinal de que há excesso de investimento sobre a poupança doméstica. Nesse caso, o país está “importando” poupança externa. Da mesma forma, se há superávit em transações correntes, o país está “exportando” poupança doméstica.
As transações correntes (TC) medem as transações comerciais em bens, serviços e as transferências unilaterais (sem contrapartida). Esta conta é composta pela balança comercial (BC), pelo balanço de serviços e rendas (BSR) e pelas transferências unilaterais (TU)
A balança comercial (BC) é o saldo entre as exportações (X) e as importações (M) de bens sem os valores dos fretes e seguros. Um saldo superavitário significa que o país exporta mais que importa bens.
O balanço de serviços e renda (BSR) mensura as transações de dois componentes:
- Serviços: transportes, viagens internacionais, serviços governamentais, pagamento de royalties, fretes, seguros etc.
- Renda: aluguéis, salários, lucros, juros e dividendos.
A Conta capital e conta financeira (CA) é dividida em duas contas. A primeira (conta capital) mede o saldo da transferência de patrimônio entre migrantes. Por exemplo, a aquisição de mercas e patentes.
Já a conta financeira é o resultado de:
- Investimento direto: venda e aquisição de participação duradoura no capital das empresas;
- Investimento em carteira: transações em títulos mobiliários adquiridos no mercado secundário;
- Derivativos: valores negociados no mercado de derivativos;
- Empréstimos/financiamento: transação de empresas e/ou do governo brasileiro com empresas/investidores no exterior;
- Outros investimentos: créditos de comércio.
E a conta erros e omissões (EO) representa a diferença entre o saldo do balanço de pagamentos e a soma das demais rubricas. É resultante da dificuldade de se compatibilizar transações físicas e financeiras e a partir de várias fontes de informações.