A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) tem sido um farol para profissionais que atuam no setor financeiro brasileiro, provendo padrões de qualidade e conhecimento através de suas certificações. Historicamente, estas certificações se tornaram quase uma moeda corrente no mercado, refletindo não apenas o conhecimento técnico dos profissionais, mas também a sua aderência às necessidades e dinâmicas do mercado de investimentos. Recentemente, a ANBIMA propôs uma revisão substancial de suas certificações, com o intuito de adaptá-las ainda mais às demandas atuais do mercado e às melhores práticas internacionais.

Um Panorama de Transformação

A iniciativa de revisão das certificações da ANBIMA, especificamente as CPA-10, CPA-20, e CEA, surge em um contexto de profunda transformação no mercado de distribuição de investimentos. O objetivo é alinhar essas certificações às atividades exercidas pelos profissionais, independentemente de seus cargos ou instituições, seguindo um modelo mais atento às práticas globais.

Esta mudança reflete um compromisso com a qualificação dos profissionais, tendo em vista não apenas o conteúdo técnico, mas também competências comportamentais importantes – as chamadas soft skills.

A ANBIMA percebeu que, para continuar sendo relevante, é preciso que o programa de certificação acompanhe as evoluções do mercado financeiro e as expectativas dos investidores.

O Que Muda?

As novas certificações propostas pela ANBIMA buscam uma abordagem mais modular e focada nas atividades realizadas pelos profissionais. Isso significa que, ao invés de basear as certificações em cargos ou segmentos de mercado, elas passarão a ser concedidas de acordo com o exercício de atividades específicas. Esta é uma mudança significativa que visa aproximar as certificações da ANBIMA das melhores práticas internacionais.

Além disso, o modelo de avaliação será modificado para enfatizar a capacidade dos candidatos de aplicar o conhecimento em casos práticos e demonstrar competências comportamentais. Isso significa uma evolução dos exames, que passarão a exigir uma compreensão mais holística e aplicada do mercado financeiro.

As Novas Certificações

As novas certificações, ainda sem nomes definitivos e referidas como A, B e C, representam diferentes especializações dentro do mercado de distribuição de investimentos:

• Certificação A: Focada na base de conhecimentos sobre produtos financeiros, é o ponto de partida para as demais certificações (considerada pré-requisito para fazer a B e a C).
• Certificação B: Voltada para profissionais com perfil comercial, que gerenciam e acompanham o portfólio de clientes.
• Certificação C: Direcionada a profissionais que desejam exercer funções mais técnicas, demandando um entendimento aprofundado dos produtos de investimento.

Benefícios da Mudança

A nova estrutura de certificações promete trazer benefícios substanciais para o ecossistema de distribuição de investimentos no Brasil. Além de atender melhor às demandas do mercado, essa revisão alinha as certificações da ANBIMA às práticas mundiais e oferece maior flexibilidade na criação de certificações específicas e modulares.

Outro ponto importante é que as certificações não terão mais conteúdos iguais entre si. Atualmente quem estuda para a CEA acaba estudando conteúdos da CPA-10 e também da CPA-20, ou seja, uma certificação está contida dentro da outra. Com as mudanças não haverá mais isso e cada certificação terá conteúdo independente entre si.

Plano de Transição e atualização

A ANBIMA informou que todos os profissionais certificados CPA-10, CPA-20 e CEA poderão participar do plano de transição sem necessidade de realizar uma nova prova. Além disso, não haverá custo adicional algum para o profissional já certificado que aderir ao plano de transição para migração para as novas certificações em Janeiro de 2026.

Com as mudanças as certificações serão atualizadas a cada novo conteúdo do mercado, por meio do aplicativo ANBIMA EDU, que disponibilizará aos candidatos as micro certificações. Portanto a atualização a cada 3 anos para o profissional que não atua no mercado financeiro e a atualização a cada 5 anos para o profissional que atua no mercado financeiro deixará de existir.

Ainda vale a pena fazer CPA-10, CPA-20 e CEA?

Com certeza, por enquanto nada muda. As mudanças só estarão vigentes a partir de Janeiro de 2026 e nenhum profissional certificado será prejudicado. O mercado continua exigindo normalmente essas certificações para que se possa atuar com distribuição de produtos de investimentos. Portanto, não mude seus planos em relação as certificações.

Conclusão

A proposta de revisão das certificações da ANBIMA representa um passo significativo na direção certa, atendendo às demandas contemporâneas do mercado financeiro e de investimentos. Alinhando-se às melhores práticas internacionais e focando na relevância prática e comportamental, a ANBIMA se mantém como referência em qualificação profissional, contribuindo para um mercado mais robusto, ético e dinâmico.

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