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Microeconomia: curvas de oferta e demanda

A economia divide-se em dois ramos principais: microeconomia e macroeconomia. A microeconomia trata do comportamento das unidades econômicas individuais. Estas incluem consumidores, trabalhadores, investidores, proprietários de terra, empresas – na realidade, qualquer indivíduo ou entidade que tenha participação no funcionamento de nossa economia.

A microeconomia explica como e porque essas unidades tomam decisões econômicas. Por exemplo, ela esclarece como os consumidores tomam decisões de compra e de que forma suas escolhas são influenciadas pelas variações de preços e rendas. Explica também de que maneira as empresas determinam o número de funcionários que contratarão e como os trabalhadores decidem onde e quanto trabalhar.

Outra preocupação importante da microeconomia é saber como as unidades econômicas (as empresas) interagem para formar unidades maiores – mercados e indústrias. A microeconomia nos ajuda a compreender, por exemplo, por que a indústria automobilística norte-americana se desenvolveu da forma como se desenvolveu, e como os fabricantes e consumidores interagem no mercado de automóveis. Ela explica como são determinados os preços dos automóveis, quanto as empresas automobilísticas investem em novas fábricas e quantos automóveis são produzidos a cada ano. Por meio do estudo do comportamento e da interação entre cada empresa e os consumidores, a microeconomia revela como os setores e os mercados operam e se desenvolvem, por que são diferentes entre si e como são influenciados pelas políticas governamentais e condições econômicas globais.

Oferta e demanda

Uma das melhores maneiras de perceber a relevância da economia é começar pelos fundamentos da oferta e da demanda. A análise da oferta e da demanda é uma ferramenta essencial e poderosa que pode ser aplicada a uma ampla variedade de questões interessantes e importantes. Dentre elas, podemos citar:

  • A compreensão e a previsão de como as variações nas condições econômicas mundiais podem afetar o preço de mercado e a produção.
  • A avaliação do impacto dos controles governamentais de preços, do salário-mínimo, de sustentação de preços e dos incentivos à produção.
  • A determinação do modo como os impostos, os subsídios, as tarifas e as cotas de importação afeta consumidores e produtores.

O modelo de oferta e de demanda combina dois conceitos importantes: a curva de oferta e a curva de demanda.

Curva de oferta

A curva de oferta informa-nos a quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a determinado preço, mantendo-se constantes quaisquer outros fatores que possam afetar a quantidade ofertada.

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A curva de oferta, denominada S na figura, mostra como a quantidade ofertada de uma mercadoria muda conforme o preço dessa mercadoria sofre alterações. A curva de oferta é ascendente: quanto mais altos os preços, maior a capacidade e a disposição das empresas de produzir e vender. Se o custo de produção cai, as empresas podem produzir a mesma quantidade com um preço menor ou uma quantidade maior com o mesmo preço. A curva de oferta desloca-se, então, para a direita (de S para S’)

Vimos que a resposta da quantidade ofertada às variações no preço pode ser representada por movimentos ao longo da curva de oferta. No entanto, a resposta da oferta às mudanças nas outras variáveis (custos de produção, salários, taxa de juros etc.) determinantes da oferta reflete-se graficamente como uma mudança na própria curva de oferta (deslocamento na curva).

Função oferta: é apresentada como dependente de outras variáveis na determinação da oferta:

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Curva de demanda

A curva de demanda informa-nos a quantidade que os consumidores estão dispostos a comprar à medida que muda o preço unitário. A curva de demanda indicada por D é descendente: os consumidores geralmente estão dispostos a comprar quantidades maiores se o preço está mais baixo. Além disso, pode permitir que outros consumidores, que antes não compram este bem, se tornem capazes de arcar com tal preço e comecem a comprá-lo.

A curva de demanda, indicada por D, mostra como a quantidade demandada pelos consumidores depende do preço. Ela é descendente, isto é, mantendo-se tudo o mais constante, os consumidores desejarão comprar uma quantidade maior de um bem conforme o preço cai – variações nos preços são representados por movimentos ao longo da curva de demanda. A quantidade demandada pode também depender de outras variáveis, tais como a renda, o clima e os preços de outros bens. Para a maioria dos produtos, a quantidade demandada aumenta quando a renda aumenta. Uma renda mais alta desloca a curva de demanda para a direita de D para D’.

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Mudanças nos preços de bens relacionados também afetam a demanda. Os bens são substitutos quando um aumento no preço de um deles produz um aumento na quantidade demandada do outro, esse é o chamado efeito substituição. Por exemplo, o cobre e o alumínio são bens substitutos. Pelo fato de cada um deles poder ser substituído pelo outro em muitos usos industriais, a quantidade demandada de cobre aumentará se o preço do alumínio subir. Da mesma forma, a carne de boi e a carne de frango são bens substitutos, já que muitos consumidores decidem substituir uma pela outra quando os preços mudam. Ao mesmo tempo, com a queda do preço de determinado produto, o poder aquisitivo do consumidor aumenta, e a quantidade demandada do bem tende, normalmente, a aumentar. Esse é o chamado efeito renda.

Os bens são complementares quando um aumento no preço de um deles leva a um decréscimo na quantidade demanda do outro. Por exemplo, automóveis e gasolina são bens complementares. Como tendem a ser usados em conjunto, um decréscimo no preço da gasolina aumenta a quantidade demandada de automóveis. De igual modo, computadores e programas de computadores são bens complementares.

Na figura da curva de demanda atribuímos o deslocamento para a direita da curva a um aumento na renda. No entanto, esse deslocamento poderia ser resultado tanto de um aumento no preço de um bem substituto quanto do decréscimo no preço de um bem complementar.

No ponto em que as duas curvas se cruzam, dizemos que foi atingido o equilíbrio entre o preço e a quantidade. Nesse preço , a quantidade ofertada e a quantidade demanda são exatamente iguais (a . Denomina-se mecanismo de mercado a tendência, em um mercado livre, de que o preço se modifique até que o mercado se equilibre, ou seja, até que a quantidade ofertada e a quantidade demandada sejam iguais. Nesse ponto, não há escassez nem excesso de oferta, de tal forma que não existe pressão para que o preço continue se modificando. A oferta e a demanda podem não estar sempre em equilíbrio e em alguns mercados o equilíbrio pode demorar a ser atingido quando as condições são modificadas de repente. A tendência, porém, é de que os mercados se tornem “limpos” (sem sobras de mercadorias).

O excesso de oferta ou escassez de demanda é a situação na qual a quantidade ofertada excede a quantidade demandada. Já a escassez de oferta ou excesso de demanda é a situação na qual a quantidade demandada excede a quantidade ofertada

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