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Entendendo o Funcionamento da Taxa SELIC: a taxa básica de juros da economia Brasileira

A taxa SELIC é uma das ferramentas mais importantes da política monetária brasileira. Ela desempenha um papel fundamental no funcionamento da economia do país, influenciando desde os juros bancários até o controle da inflação. Neste blog, vamos explorar o que é a taxa SELIC, como ela funciona e qual é o seu impacto na vida dos brasileiros.

O que é a Taxa SELIC?

A Taxa SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é determinada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúne 8x a.a. para decidir o seu nível. Essa taxa serve como referência para a determinação das demais taxas do mercado, tanto as de empréstimos como as de remuneração das aplicações em renda fixa e é utilizada como instrumento de controle da inflação e de estímulo ao crescimento econômico.

A taxa SELIC é apurada no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas.

É divulgada pelo Banco Central do Brasil em termos percentuais ao ano no primeiro dia útil posterior ao dia de referência. A taxa SELIC pode divergir da SELIC META, que é a taxa meta de remuneração dos títulos públicos pós-fixados, transacionados no SELIC, definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM).

Como a Taxa SELIC é definida?

A taxa SELIC é determinada com base em vários fatores econômicos, como a inflação, o crescimento do PIB, a taxa de câmbio e a situação financeira do governo. O COPOM se reúne para avaliar essas condições e decide se a taxa deve ser aumentada, diminuída ou mantida constante.

Quando a economia está aquecida e a inflação ameaça subir, o COPOM tende a elevar a SELIC para desencorajar o consumo e o investimento, tornando o crédito mais caro. Por outro lado, quando a economia está em desaceleração, a taxa SELIC pode ser reduzida para estimular o crescimento.

Quais são os impactos da Taxa SELIC?

A taxa SELIC tem diversos impactos na economia e na vida das pessoas:

  1. Juros Bancários: A SELIC influencia diretamente os juros bancários, afetando as taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Quando a SELIC sobe, os juros tendem a aumentar, tornando o crédito mais caro – o que por sua vez tende a reduzir o consumo e os investimentos produtivos da economia. A alta da Selic contribui para aumentar os rendimentos de investimentos de renda fixa.

  2. Inflação: A SELIC é uma ferramenta importante para controlar a inflação. Aumentos na taxa SELIC reduzem o consumo e a demanda, o que ajuda a conter a inflação. Por outro lado, reduções na taxa SELIC podem estimular o consumo e o investimento, contribuindo para o crescimento econômico.

  3. Câmbio: A taxa SELIC também influencia a taxa de câmbio, afetando a competitividade das exportações e importações brasileiras. Uma taxa alta tende a atrair mais capital estrangeiro, o que valoriza o câmbio e prova aumento das importações, contribuindo para déficit na balança de transações correntes e vice-versa.

  4. Rendimentos Financeiros: Investimentos em títulos públicos atrelados à SELIC, como o Tesouro Selic, são diretamente impactados por suas variações. Quando a SELIC sobe, esses investimentos tendem a render mais.

Em relação aos efeitos da taxa Selic na cotação das ações da bolsa de valores temos:

  • Se as taxas de juros caem, os investidores vão à bolsa buscando maior rentabilidade; a demanda de ações sobe e, com ela, os preços das ações. Caso contrário, se as taxas de juros sobem, os investidores veem atrativa a rentabilidade da renda fixa e com pouco risco e, portanto, abandonam a renda variável, provocando uma queda nas cotações;
  • Quando as taxas de juros da economia caem, os investidores buscam novas formas de obter rentabilidade e consequentemente migram para as aplicações de renda variável, ou seja, passam a comprar mais ações e provocam alta nos preços das ações. Já quando as taxas de juros aumentam, os investidores passam a considerar a atratividade das aplicações de renda fixa e migram seus investimentos para esse tipo de operação, ocasionando queda nos preços das ações;
  • Taxas de juros baixas supõem menos custos financeiros para as empresas e maior consumo de famílias e empresas. Tudo isso faz crescer os lucros empresariais, o que se traduz em cotações mais altas de suas ações; e
  • Quando as taxas de juros da economia estão baixas, as pessoas tendem a consumir mais, e os custos financeiros das empresas passam a ser menores. Esses fatores geram um aumento potencial de ganho das empresas e se refletem nas cotações de suas ações, que passam a ter preço mais alto.

E, sobretudo, se uma ação proporciona um conjunto de fluxos futuros a receber (dividendos), seu valor presente (o preço da ação) depende da taxa à qual descontamos esses fluxos. A essa taxa mínima de rentabilidade que pedimos, a ação será os juros livres de risco mais um prêmio de risco. Se os juros livres de risco caem, a taxa a que descontamos os fluxos da ação também cairá, e, portanto, o valor presente dos fluxos esperado, (quer dizer, o preço da ação, subirá notavelmente.

Todas as variáveis que inflem nas taxas de juros devem ser consideradas: maior inflação provocará altas das taxas de juros; maior déficit público provocará altas de taxas; uma taxa de câmbio em queda pode provocar também altas nas taxas de juros.

Conclusão

A taxa SELIC é uma ferramenta crucial para o Banco Central do Brasil na condução da política monetária. Ela afeta diretamente a vida financeira dos brasileiros, influenciando desde os juros bancários até o controle da inflação. Portanto, é importante acompanhar as decisões do COPOM e entender como a SELIC impacta a economia para tomar decisões financeiras informadas.

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